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Atualizado: Novembro 2020


Intenção é mais importante que a técnica.

Um dos meus passatempos chegou a ser magia. Não daquele tipo de magia do David Copperfield de desaparecer aviões, mas sim o tipo de magia que é feito à frente da pessoa e que a deixa completamente maravilhada.

Antigamente, quando tinha tempo para sair à noite, e em ocasiões sociais, gostava de entreter amigos e conhecidos com alguns truques de magia.

Truques com anéis e cartas tornaram-me bastante popular nestas ocasiões sociais. Tinha tempo para praticar e cheguei a ficar bastante bom com a agilidade dos meus dedos.

Mas eu queria ser melhor e fazer bons truques.

Daí abordei uma pessoa, um mágico, para me dar coaching pessoal nisto. Vamos chamar-lhe “Manel”, ele é Português e é bom no que faz.

Quando cheguei à casa do Manuel (as sessões são feitas na casa dele), lembro-me me sentir um pouco nervoso e entusiasmado ao mesmo tempo.

Entrei, ele deixou-me à vontade, passámos pelo estúdio dele e a biblioteca e começámos a trabalhar.

Fiz uma das minhas rotinas (truques com anel e um de cartas) e ele observou atentamente em silêncio.

O “Manel” é especialista em técnicas de sleight of hand, do género “olha para a minha mão enquanto te engano com a outra”.

Quando eu acabei, ele ficou em silêncio durante mais tempo do que aquilo que me era confortável.

Quando finalmente abriu a boca, eu estava à espera que ele se focasse na minha técnica.

Mas o que ele fez foi bem diferente.

O Manel perguntou o que é que eu estava a tentar obter como resultado dos meus truques de magia. O que é que eu queria que a minha audiência sentisse como resultado.

Ui. Boa pergunta.

Estava a tentar enganá-los? Estava a tentar ser uma pessoa que entretém as outras, um palhaço, ou uma pessoa carismática que é ágil com os dedos?

Bem, o Manel e eu analisámos a fundo estas perguntas que ele me ia fazendo, acompanhados duns copinhos de vinho.

Foi duro. Foi duro responder àquelas perguntas, porque nunca tinha pensado nisso daquela forma.

Mas acontece que o “Manel” estava certo.

Se o seu objetivo é entreter as pessoas, fazê-las rir, fazer com que gostem de si, é como se estivesse a trabalhar em conjunto com a sua audiência, com o seu público, para lhes dar valor, ou pelo menos um bom momento de entretenimento.

Eles sabem que estão em boas mãos. Que você não está a tentar gozar com eles ou a tentar envergonhá-los. Assim eles podem relaxar e confiar em si.

No mundo da magia, a intenção é mais importante que a técnica.

A técnica ainda é importante, sim, porque não ter jeito para a coisa estraga a ilusão, a “magia” dos truques feitos.

Mas se a sua audiência escolhe não se juntar a si, se é você vs eles, em vez de você com eles, então nem toda a técnica do mundo o(a) irá salvar.

O marketing é como a magia.

Deve começar com a intenção certa. O seu objetivo deve ser ajudar os seus clientes a terem sucesso, e não apenas tentar vender coisas. É “você com eles”, não “você vs eles”.

Quando os seus potenciais clientes veem que a sua intenção é boa, eles podem relaxar sabendo que estão em boas mãos.

Por isso, antes de ir para uma reunião de vendas, vender o seu produto, ou fazer sessões de consultoria, pergunte a si mesmo as questões que o Manel me colocou: o que está a tentar obter como resultado disto? O que quer que os seus clientes sintam e façam?

Tenha isto bem claro e irá ver uma grande diferença em como as pessoas e os clientes o(a) começam a abordar daqui para a frente.


Ao teu sucesso,
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João Alexandre
Estratega Digital

Marketing Digital sem espinhas

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